Este espaço está em construção. Sugestões e contribuições são bem-vindas.

Francisco de Paula Pires


Poeta, novelista, ensaísta e jornalista, Francisco de Paula Pires nasceu em Pelotas/RS no dia 1º de agosto de 1846 e faleceu em 18 de julho de 1915, na mesma cidade. Desenvolvedor de intensa atividade cultural, colaborou como redator no “Tribuna Literária”, “Álbum Literário” e “O Radical”, onde era coproprietário. Também no “O Democrata”, no “Correio Mercantil”, na “Arena Literária”, na “Ventarola” entre outros, além de exercer o magistério nos colégios Honra e Trabalho e Redenção.

Residiu algum tempo em Rio Grande e Bagé, onde redigiu para diversos órgãos locais. Foi, durante 16 anos, funcionário (bibliotecário) da Biblioteca Pública Pelotense, à qual prestou relevantes serviços.

Integrou, como secretário, o Grêmio Literário dos Lunáticos, entidade literária formada por associados da BPP que promoveu o lançamento do opúsculo “Charitas”, cuja renda foi utilizada para custear o tratamento do poeta Lobo da Costa, internado na Santa Casa de Pelotas.

Literariamente, usava os pseudônimos Felício Peres, Júlio Silvino, Marylandico e em sua bibliografia destacam-se: “Quadros Horripilantes”, cenas Naturalistas (Pelotas, 1883); “Rimas” (Pelotas, 1888); “O Rio Grande do Sul”, ensaio (Rio Grande, 1892); “De moço a velho”, versos (Pelotas, 1906), etc.

Foi, juntamente com Carlos Renault e Antônio Campos, um dos antologistas de Sonoras (1891), livro que trazia produção de diversos autores nacionais e ainda participou, com uma inestimável colaboração no Dicionário Bibliográfico Brasileiro, de Sacramento Blake (1883- 1902), conforme nos informa BORGES (2007). Ainda publicou artigos em jornais da época.

Foi compilador da obra de Francisco Lobo da Costa, reunindo os versos e prosas do desventurado poeta, em três livros. Alice Moreira (1994) ressalta isso, quando diz que: "quatro livros são coletâneas póstumas, das quais três organizadas pelo mesmo compilador, Francisco de Paula Pires, que dedicou os últimos trinta anos de sua vida à tarefa de reunir e publicar os poemas do vate pelotense. Feita a colação, constatou-se ainda que, se deve a Paula Pires a conservação de parte substancial da obra poética e de sua glória póstuma". (MOREIRA,1994).

Nos idos da década de 1880, Paula Pires combateu ao lado de Paulo Marques e Damasceno Vieira nas trincheiras dos que defendiam o Realismo Positivista contra a Escola Romântica, conforme nos revela Borges (2007). 


Referências:
BORGES, Luís. Breviário da prosa romanesca em Pelotas: subsídios para uma história literária: século XIX: síntese crítica e histórica para uso escolar. Pelotas: Instituto João Simões Lopes Neto – JC Alfarrábios, 2007.
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001. (2 vol.)
MACHADO, Antônio Carlos. Dados Biográficos de Francisco de Paula Pires. In: Projeto Passo Fundo. Passo Fundo: 1952.
MOREIRA, Alice Therezinha Campos. Gênese e Memória. São Paulo: Annablume, 1994.



Colaboração de Carlos Eugênio Costa da Silva
Enviado por Pretérita uRBe